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17 Soluções Existentes para Lidar com Alterações Climáticas Poderiam Reduzir as Emissões Globais em 25%

RELATÓRIO SITRA: 17 Soluções existentes para lidar com alterações climáticas poderiam reduzir as emissões globais em 25% - correspondente a mais do que as emissões de EUA e UE totais combinadas

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Relatório revela 17 soluções existentes que podem promover reduções equivalentes a 25% das emissões de GEE globais atuais.

WASHINGTON , DC, 19 de novembro de 2015 – Um novo relatório da think-tank (fábrica de ideias) europeu Sitra, apoiado por um grupo de 11 instituições líderes mundiais [1], concluiu que o mundo poderia reduzir as emissões anuais de gases de efeito estufa em cerca de 12 gigatoneladas [2] em 2030, utilizando apenas soluções já estabelecidas e de comprovada eficácia. E para isso não há necessidade de novas invenções nem de grandes investimentos.

O relatório Sitra analisou 17 soluções que já foram utilizadas com sucesso em 36 países, e se questionou sobre o que aconteceria se estas fossem aplicadas de forma mais abrangente no mundo usando projeções realistas até 2030. Os resultados indicam que as soluções poderiam lidar com questões das reduções de emissões adicionais necessárias para limitar o aquecimento global médio a menos de 2 graus Celsius (“emission gap”) , conforme calculado pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP) [3].

12 gigatoneladas corresponde a um quarto das emissões de gases de efeito estufa anuais globais atuais e cerca de três vezes às reduções que os governos se comprometeram antes da cúpula climática UNFCCC, a ser realizada  em Paris na segunda-feira, 30 de novembro.  Este total de emissões é também equivalente às emissões de gases de estufa anuais dos EUA e da União Europeia somadas, ou ainda equivale às emissões de dióxido de carbono provenientes dos setores de energia da China e da Índia somados.

Andrew Steer, presidente e CEO do World Resources Institute (WRI), disse: “O relatório Sitra apresenta ações sensatas e inteligentes que os países podem adotar para solucionar a questão de “emission gap”, enquanto promovem o crescimento econômico. Em conjunto, estas soluções corresponderiam a mais do que o dobro das reduções de emissões em 2030, propostas pelos planos climáticos nacionais já anunciados. Com base na série de compromissos climáticos à frente de Paris, este relatório oferece opções eficazes para acelerar a transição para uma economia robusta de baixo carbono.”

As 17 soluções propostas no relatório podem ser divididas em cinco categorias: energias renováveis, eficiência energética na indústria, transportes e edifícios e práticas sustentáveis na agricultura e florestas. As opções que poderiam reduzir a maior parte das emissões são: integração de energia solar no setor de energia elétrica (com base no sucesso na Alemanha), redução de desmatamento (Brasil), a energia eólica (Dinamarca e Brasil), fogões de cozinha aperfeiçoados (China) e reflorestamento (Costa Rica).

Tabela 1. Cinco principais Soluções de comprovada eficácia para reduzir gases de efeito estufa no mundo

Soluções para redução de emissões de GEE Experiências de sucesso Redução máxima de emissões de GEE anuais em 2030 (Mt CO2e) Máximo custo anual em 2030 (US$ Bilhões)
Expansão de energia solar Alemanha 4.588 120,3
Redução de Desmatamento Brasil 4.007 52,6
Fogões de cozinha aperfeiçoados China 1.477 11,8
Florestamento e Reflorestamento Costa Rica 1.323 17,8
Expansão de energia eólica Dinamarca e Brasil 1.288 41,3

 

O relatório constatou que as soluções mais eficazes são também as mais dispendiosas para os consumidores e para os contribuintes. No entanto, os custos podem ser parcialmente compensados a partir da implementação de medidas de eficiência energética que proporcionam redução de despesas de energia e também através do co-benefícios locais das medidas implementadas. O custo anual total de implantação de todas as 17 soluções pode atingir um máximo de US$94bilhões por ano em 2030 e proporcionar uma economia líquida de US$171bilhões por ano. Para efeito de comparação, US$ 94 bilhões é comparável aos US$ 100 bilhões em compromissos anuais para ajudar os países em desenvolvimento a combater as alterações climáticas, ou ainda a oito dias de despesas anuais globais com subsídios a combustíveis fósseis [4].

Mikko Kosonen, presidente da Sitra, comentou: “Nós já temos soluções para lidar com alterações climáticas que são eficazes e que foram implementadas com sucesso em vários países. Até onde podemos ir, se expandirmos estas soluções a uma escala global? O relatório Sitra mostra que estas soluções podem ser uma grande contribuição para reduzir o “emission-gap”, sem altos custos, e sem necessidade de invenções extraordinárias.”

As cinco soluções que promovem a maior economia no que diz respeito a custos são apresentadas na tabela seguinte:

Tabela 2. Cinco soluções que promovem maior economia no que diz respeito a custos

Soluções para redução de emissões de GEE Experiências de sucesso Redução máxima de emissões de GEE anuais em 2030 (Mt CO2e) Máximo custo anual em 2030 (US$ Bilhões)
Eficiência de equipamentos Japão 475 -31,9
Eficiência de combustíveis de veículos União Europeia 603 -15,3
Eficiência de motor elétrico industrial EUA 139 -6,1
Redução de metano na produção de combustíveis fósseis EUA 447 -6,0
Aquecedor solar para água China 157 -4,2

O relatório também concluiu que as soluções de mitigação de gases de efeito estufa podem gerar ganhos adicionais significativos, quando são contabilizados co-benefícios locais, incluindo: redução de poluição atmosférica local, melhoramento da segurança energética, maior eficiência energética e produtividade dos recursos.

Sitra e seus parceiros irão informar os governantes mundiais sobre os resultados do relatório em locais ao redor do mundo nos próximos meses, a partir de hoje, em Washington, DC, seguido pelo Rio de Janeiro em 25 de novembro. O relatório pode ser encontrado em www.greentoscale.net.

NOTAS AOS EDITORES

  1. Grupo Diretor do relatório incluiu Centro Mexicano de Direito Ambiental (Cemda), Instituto de Pesquisa de Desenvolvimento da Etiópia (EDRI), Fundação Europeia do Clima (ECF), Instituto para Estudos Globais Ambientais (IGES), International Finance Corporation (IFC), do Banco Mundial (WB), Instituto Masdar, Universidade Renmin da China, Instituto de Meio Ambiente de Estocolmo (SEI), o PNUMA Parceria DTU, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/COPPE/PPE/CENERGIA) e Instituto de Recursos Mundiais (WRI).
  2. Bilhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente.
  3. Os governos se comprometeram reduzir emissões de GEE em 2030 , ao abrigo de um acordo climático global. UNEP calculou que as emissões resultantes seria pelo menos 12 gigatoneladas acima dos níveis mais seguros, uma quantidade que descreveu como o “emission gap”.
  4. Estimado pelo Fundo Monetário Internacional.

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